A série documental "Revelações Pré- Históricas" (Ancient Apocalypse) está em sua segunda temporada na Netflix (veja o trailler aqui TRAILLER).
Nela o jornalista Graham Hancock viaja pelo mundo (1ª temporada) e depois pelo continente americano (2ª temporada) em busca do que ele acredita ser "uma civilização antiga, primordial", anterior a ultima Era do gelo (ou seja, períodos anteriores a 10.000 anos, como é aceito atualmente).
Nesse processo ele passa por inúmeros pontos arqueológicos como Palenque - Rapa Nui - Amazônia, Turquia e tantos lugares, em busca de explicações para determinadas expressões de diferentes civilizações humanas que se repetem de maneiras diferentes por todos esses monumentos.
Ele se utiliza da tecnologia, de alguns profissionais locais para sustentar sua tese, embora, por outro lado ele afirme que muito (quase tudo) o que ele fala não passa de especulações.
Li ao menos dois artigos criticando duramente Hancock e sua tentativa frustrada de provar uma tese sem fundamento científico, vinda de revistas científicas na área de arqueologia e história, e outro na Revista Veja. Seguem os links para quem interessar
Revista de Ciência e Revista Veja
Como público da série, confesso que gostei, mesmo sendo historiadora, mesmo acreditando na metodologia científica e mesmo sabendo que nada do que ele diz pode ser provado, também acredito que não possa ser descartado e é sim preciso pensar fora da caixa.
É muito provável que nunca tenhamos a resposta esperada para as perguntas que ele faz - será que é possível tantas coincidências?
É de amplo conhecimento e estudos que muitos mitos se reproduzem ao redor do mundo sob diferentes formas, que tem em Joseph Campbell um dos mais reconhecidos e renomados estudiosos, portanto essa visão de um "arquétipo" coletivo ou de um "inconsciente" coletivo dos seres humanos não é nova.
Além disso, embora eu tenha gostado, ele traz algumas propostas de estudo que já são amplamente divulgadas aqui no Brasil há anos, como a travessia do Oceano pacífico pelos polinésios para o povoamento da américa, como se fosse uma grande novidade, e não é.
Só para finalizar, e continua dizendo que acredito que vale a pena assistir a série a fim de sair do óbvio, ele mistura tantas coisas como conhecimentos astronômicos, arquitetônicos e de alucinógenos, arqueologia botânica, que se a pessoa não está acostumada com esse tipo de produção, com certeza não irá entender e poderá comprar a ideia dele sem questionar.
Se a arqueologia tradicional pode e talvez deva ser questionada, mesmo com todo estudo sério e acadêmico que existe, ela é permeada também por egos e por definição de poderes que estão além dos próprios estudos e da descoberta da verdade, porque envolve politica e economia.
Assim, a ideia dele de difusionismo cultural ancestral pode e deve ser questionada, mas também apreciada.
WHY NOT?
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